Pelo diâmetro do tronco vê-se que é um plátano relativamente jovem. Mas a copa tinha crescido livre de podas drásticas e os seus ramos estendiam-se para cima e para os lados, desenhando a sua sombra, no Verão, uma espécie de círculo que ocupava uma boa parte daquele espaço do jardim. Talvez ambicionasse ter o porte do seu irmão que, a pequena distância e sabe-se lá porque milagre, continua a crescer livremente e a proporcionar sombra aos homens que diariamente se sentam no banco corrido de alvenaria, na esquina da rua.
Há cerca de dois anos começou a ver cair, por acção do serrote ou da escavadora, muitas acácias-do-japão e, nos últimos tempos, foi a vez dos folhados seus vizinhos, da velha olaia que todas as primaveras se enchia de flores cor-de-rosa e até da jovem araucária.
Parecia que o plátano tinha sido poupado, tal como os pinheiros, alguns cedros e uma jovem alfarrobeira. Com a chegada da primavera ainda se cobriu de folhas, ralas é certo. Mas agora ficou como se tivesse chegado o Outono. Perdeu as folhas e os ramos, certamente sem vida, erguem-se agora nus para o alto. É que as árvores também precisam de raízes para viver. Cortaram-lhe grande parte das raízes e o plátano morreu.
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