Eu e a noite,
Chegámos ao mesmo tempo
Aquela povoação:
- Uma aldeia que eu guardo na memória,
Como se guarda duma noiva morta
A doce recordação.
Fecho os olhos e vejo-a: - as casas, o moinho,
O coreto e a fonte…
Quem os ergueu, sabia quem eu sou;
E, - para me encantar – como eu, outrora,
Arrumava no quarto os meus brinquedos,
Tal-qual os arrumou.
Criança? – Já o não era,
Ao mesmo tempo em que isto foi;
Mas ainda conservo a sensação
(Quase triste de tão enternecida,)
De ser a noite
Que me levava pela mão…
Carlos Queiroz
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