Termina hoje o Carnaval. O período do ano assim designado, está entalado entre as comemorações da Epifania e a Quaresma. Na Epifania celebra-se o baptismo de Jesus Cristo, é um tempo de exaltação da vida e de esperança. Pelo contrário, a Quaresma prepara a celebração da morte, é um tempo de privação, de abstinência.
O Carnaval antecede as trevas da Quaresma. É um tempo em que, socialmente, se permite a transgressão, o excesso.
Numa observação o mais objectiva possível do que se passa actualmente no Carnaval é difícil dizer o que corresponde hoje a uma transgressão do ponto de vista social. Alguns exemplos:
- Crítica social e política;
- Exibição do corpo;
- Troca de papéis sexuais;
- Disfarces e máscaras.
Se houve tempo em que desempenhavam essa função, actualmente, nada disto constitui uma transgressão social.
O que resta são os desfiles organizados com fins mais ou menos comerciais. Muitos destes desfiles são imitações rascas do carnaval brasileiro, numa altura do ano em que se recomendam mais os agasalhos do que as exíguas roupas exibidas pelos participantes.
Por tudo isto, acho o Carnaval uma época muito triste.
Há algumas excepções, de terras onde se mantêm festas tracidionais e onde parece que as pessoas vivem com entusiasmo as situações mais insólitas ou divertidas.
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