O comentário feito pelo presidente da Associação de Professores de Português, a propósito do exame do 12º ano desta disciplina (Diário de Notícias, 19 de Junho de 2007), não pode deixar de causar estranheza. Não sou especialista na disciplina, mas como tenho alguns conhecimentos no que respeita à avaliação, não posso deixar de fazer alguns comentários às afirmações produzidas por aquele professor.
1 - A prova é limitada em termos de conteúdos: qualquer manual sobre a avaliação aponta como um dos inconvenientes dos exames o facto de só poderem testar uma pequena amostra do programa. Assim, parece que seria mais lógico não criticar a prova por esta razão, mas a existência dos exames.
2 - A oralidade ficou de fora: é evidente que não é possível avaliar esta competência através de uma prova escrita. A única forma de o fazer seria através de uma prova oral.
3 - Na escrita só é aplicado o que era comum aos dois programas, com limitações, nomeadamente, ao nível dos autores abordados: a esta afirmação aplica-se o que foi dito em 1 e também está presente a confusão sobre o objectivo dos exames. Os programas actuais têm como finalidade o desenvolvimento de competências que se concretiza através da aprendizagem dos conteúdos específicos das diferentes disciplinas. Entendo que este exame procurou sobretudo avaliar as competências dos alunos no que respeita à leitura, à interpretação e à expressão escrita, o que é, aliás, confirmado pelo comentário à prova produzido por aquela associação.
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