Adquiri o hábito de, todas as manhãs, ir comprar o pão à padaria, apesar de haver um minimercado mais próximo de casa e, desta minha opção, resultar trepar uma rua íngreme. Mas é um bom exercício logo de manhã.
Hoje a padaria estava cheia de mulheres. Falavam todas ao mesmo tempo, em tom alto e estridente. Demorei algum tempo a perceber do que se tratava porque a algaraviada impedia entender o que diziam. Depois de algumas saírem, uma delas, muito agitada, lá explicou que um vizinho resolvia sistemáticamente estacionar o carro em frente da sua casa, durante o dia. De noite, dizia, não se importava, mas de dia, não podia ser. E se lhe dizia alguma coisa, ele ainda era mal educado.
São os problemas das povoações que não foram feitas para suportar automóveis. As ruas são estreitas, assim como as fachadas das casas da parte mais antiga. Estacionar um carro pode tapar a porta de uma casa, impedindo a circulação com a rua.
E como as pessoas gostam de ter o seu bem mais precioso o mais perto de si... dão-se estes conflitos.
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