Manhã muito fria e chuvosa em Lisboa. Apesar de tudo, um passeio que permitiu revisitar ruas que trazem memórias.
De Metro até ao Rato e a visão breve das obras de arte que ornamentam as estações. Na Rua da Escola Politécnica, uma paragem obrigatória na Císter para tomar um café. Em frente o edifício da antiga Faculdade de Ciências e o Jardim Botânico. Nunca mais lá entrei desde os tempos de frequência das aulas, antes do incêndio. Lembro as grandes salas, as madeiras escuras, o Museu de História Natural com as suas preciosidades e o magnífico jardim onde participei nalgumas aulas de Botânica.
Nas ruas perpendiculares pode vislumbrar-se, de vez em quando, uma nesga de rio, cinzento como o céu que parecia querer desfazer-se em chuva.
O Largo do Príncipe Real está em obras. Todo cercado, nota-se o local onde foram abatidas as árvores.
O elevador da Glória lá continua na sua faina de sobe e desce a colina.
Nas ruas, alguns prédios em recuperação; os velhos apresentavam-se com as cores esbatidas pela acção do tempo e da chuva. Esta Lisboa tem um encanto inigualável. Mesmo com este tempo que mais convida a ficar em casa do que andar pela rua.
Uma breve paragem serviu para descansar e observar a admirável jóia do barroco que é a Igreja de S. Roque, num ambiente confortável e aquecido, pouco comum nas igrejas.
Na descida do Chiado, a estátua de Fernando Pessoa pingava água da sua superfície metálica, tornando mais escura a pintura que a recobre.
Por fim a Rua do Ouro, o Rossio e os Restauradores, tantas vezes calcorreados há muito tempo atrás. Há muitas mudanças: lojas que desapareceram, substituídas por outras mais modernas; algumas não escondem a grande decadência que prenuncia a sua morte; outras ainda, conseguem manter-se como as conheci.
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