Os últimos dias têm sido de um calor sufocante. Depois de um período em que a temperatura esteve um pouco abaixo do normal para a época, uma situação meteorológica de anticiclone ocupando a Península Ibérica, faz com que o ar que nos chega de Leste seja muito quente e seco.
As previsões dizem que podem ocorrer nuvens e anunciam possibilidade de haver trovoadas, as temíveis trovoadas de Verão. Era nesta altura que, em tempos passados, se ouvia a reza a Santa Bárbara, a protectora que nos podia livrar dos males causados por estes fenómenos meteorológicos. Não era raro acontecerem mortes devido aos raios. Lembro-me de ouvir dizer que as mortes aconteciam quando os homens que andavam no campo se abrigavam debaixo de árvores ou sob um guarda-chuva com ponta metálica. Depois, nos anos que vivi na grande cidade deixei de ouvir o relato destes acontecimentos. E agora também não. Talvez porque há cada vez menos gente a trabalhar nos campos ou então porque os que lá andam são mais esclarecidos e sabem proteger-se dos riscos associados às trovoadas.
Nestes dias o melhor é não sair de casa. A grande ilha de calor que é a vila torna insuportável uma simples ida à rua. O calor libertado pelo pavimento e pelas paredes torna risível a previsão do valor máximo da temperatura do ar para esta região. Ultrapassado, em muito, o nível de conforto térmico, resta-nos esperar pacientemente o final do Verão e a chegada dos doces dias de Outono.
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