A Páscoa é, tradicionalmente, um período de reunião familiar e de saídas para o campo, reminiscências das celebrações da chegada da Primavera e do renascer da natureza que a acompanha.
É o tempo dos passeios à ribeira, para, nas suas margens, se conviver com o inevitável acompanhamento de refeições confeccionadas para o efeito.
Nas minhas recordações mais antigas, no Crato, a segunda-feira a seguir à Páscoa era destinada para se comer o folar numa romaria que se iniciava com a visita à ermida de S. Gregório que nesse dia abria as portas, rumando depois para assentar o farnel junto às ruínas da ermida de Santo Amaro.
Mais tarde, a Páscoa era passada em Campo Maior e, na segunda-feira, por vezes, com a deslocação à Nossa Senhora da Enxara para assistir à festa religiosa e à tourada numa praça de touros improvisada, formado o redondel por carros de mulas. Cada família levava os seus fartos mantimentos que incluíam arroz no forno, ensopado e borrego assado, bolos e doces variados de que se destacavam os merengues. Nem sempre estas iguarias eram muito agradáveis porque já requentadas ou mesmo frias. Na altura o terreiro à volta da ermida era aberto e quem chegasse primeiro podia escolher a melhor azinheira para se abrigar.
Desde há mais ou menos três décadas muita coisa mudou na romaria da Nossa Senhora da Enxara. A calma campestre foi substituída pelo ruído dos carrosséis e das barracas onde se vende de tudo um pouco; uma boa parte do espaço onde as famílias se dispersavam, está agora vedado pelo proprietário da herdade que confina com a área adjacente à ermida; ao longo das margens do rio Xévora estendem-se inúmeras tendas de campismo, muitas delas ocupadas durante uma semana; a praça de touros é agora de carácter permanente, feita de alvenaria.
No fim da festa, o espaço onde esteve o grande acampamento mostra os destroços próprios de uma ocupação intensiva. Vai demorar algum tempo até que a natureza volte a recuperar o equilíbrio e a tranquilidade.
É o tempo dos passeios à ribeira, para, nas suas margens, se conviver com o inevitável acompanhamento de refeições confeccionadas para o efeito.
Nas minhas recordações mais antigas, no Crato, a segunda-feira a seguir à Páscoa era destinada para se comer o folar numa romaria que se iniciava com a visita à ermida de S. Gregório que nesse dia abria as portas, rumando depois para assentar o farnel junto às ruínas da ermida de Santo Amaro.
Mais tarde, a Páscoa era passada em Campo Maior e, na segunda-feira, por vezes, com a deslocação à Nossa Senhora da Enxara para assistir à festa religiosa e à tourada numa praça de touros improvisada, formado o redondel por carros de mulas. Cada família levava os seus fartos mantimentos que incluíam arroz no forno, ensopado e borrego assado, bolos e doces variados de que se destacavam os merengues. Nem sempre estas iguarias eram muito agradáveis porque já requentadas ou mesmo frias. Na altura o terreiro à volta da ermida era aberto e quem chegasse primeiro podia escolher a melhor azinheira para se abrigar.
Desde há mais ou menos três décadas muita coisa mudou na romaria da Nossa Senhora da Enxara. A calma campestre foi substituída pelo ruído dos carrosséis e das barracas onde se vende de tudo um pouco; uma boa parte do espaço onde as famílias se dispersavam, está agora vedado pelo proprietário da herdade que confina com a área adjacente à ermida; ao longo das margens do rio Xévora estendem-se inúmeras tendas de campismo, muitas delas ocupadas durante uma semana; a praça de touros é agora de carácter permanente, feita de alvenaria.
No fim da festa, o espaço onde esteve o grande acampamento mostra os destroços próprios de uma ocupação intensiva. Vai demorar algum tempo até que a natureza volte a recuperar o equilíbrio e a tranquilidade.
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