"O predomínio de uma ou outra espécie animal anda ligado à natureza do pasto. Assim, às vacas convêm os prados regados e as montanhas onde a seca de Verão pouco se faça sentir: por isso o Noroeste possui metade das rezes bovinas. (...) As ovelhas acomodam-se às montanhas de Estio mais seco e pastam nas folhas pousias, nos alqueives, e ainda nos restolhos ressequidos encontram alimento: dominam, portanto, na área de cultura extensiva de trigo a que estão economicamente associadas e, dee um modo geral, nas regiões orientais onde a humidade é mais baixa. (Orlando Ribeiro (1986). Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico. 4ª edição. Lisboa, Liv. Sá da Costa)
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A leitura do texto acima transcrito dá uma ideia das transformações que se deram nas últimas décadas na actividade pecuária. No Alentejo, os grandes rebanhos de ovinos deram lugar à criação de gado bovino em herdades vedadas. Muitas terras que antes eram ocupadas com cereal de sequeiro, são hoje destinadas a pastagens cultivadas ou naturais, por vezes com recurso a rega. Noutros tempos praticamente ausente da paisagem alentejana, o gado bovino é agora um elemento presente. As ovelhas vão sendo mais raras porque o ofício de pastor deixou de ser encarado como uma possibilidade por razões várias, desde a presunção de que é socialmente desvalorizado, até porque é um trabalho exigente e especializado, eventualmente, pouco compensador do ponto de vista financeiro.
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Foto: pequeno rebanho que pastava junto das margens da Ribeira Grande em Monforte. Fevereiro de 2009.
1 comentário:
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Parabéns à MULHER geradora de vida e amor, hoje e sempre. 8 de Março.
Beijos
Carlos Rebola
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