"O tijolo sofre maior elaboração (que a taipa e o adobe). O barro tem de ser mais fino e homogéneo e é moído ou amassado antes de moldado, seco ao sol ou em telheiros ventilados e cozido no forno. Esta elaboração sob a forma de telha de canudo, de tijolo grosso (chamado lambaz, baluarte ou obra cozida no Alentejo e tijolo burro na Estremadura) de tijolo fino, de tijolo furado (usado na construção moderna), constitui uma pequena indústria, com as suas oficinas, os seus operários, o seu comércio que, sem sair do ambiente rural, requer contudo conhecimentos e aptidões especiais.
O tijolo tem largo papel na construção. «Os grossos pilares que sustentam as varandas do norte substituem-se por arcarias que a existência do tijolo e do barro torna de fácil construção, sendo ainda em tijolo que se revestem os pavimentos, se formam as abobadilhas de descarga de portas e janelas, os celeiros, as adegas, os fornos. Recortado, é um dos mais característicos recursos decorativos da região, empregando-se em frisos de cimalhas (grelhas), ameias, chaminés, pombais e nos arcos rendilhados das janelas em ferradura; conjugando-se em graciosos desenhos, vê-se nas varandas, terraços, platibandas e em certos mirantes e janelas recônditas que lembram de longe discretos ralos de confessionário» (João Barreira, Guia de Portugal, 2º vol., Lisboa 1927, p.30)"
Orlando Ribeiro, Geografia e Civilização. Livros Horizonte. p. 34-35.
Foto: Chaminés em tijolo lambaz ou tijolo burro, numa casa de Campo Maior. Este tipo de tijolo é muito comum na construção de casas antigas desta vila.
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