no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
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Eugénio de Andrade
2 comentários:
Júlia
Este poema de Eugénio de Andrade, trouxe-me saudades da liberdade de pés descalços correndo pelos caminhos velhos, colhendo amoras, que pintavam a boca, lábios e língua dum azul tão intenso, o universo quase todo na doçura daqueles momentos felizes de criança.
Obrigado
Beijos
Carlos Rebola
Carlos
Este poema é uma maravilha. Sabe mesmo a amoras...
Bj
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