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Fica-te o silêncio, as longas noites e o vento
com que sonhaste o regresso do infante adormecido
por entre as vagas que se levantam do mar imenso
ou no seio da floresta, em verde aberto.
Escuta amada, o murmúrio dos ecos
no levantar das folhas de encontro à brisa
ou a visão do sol, que se dilui na claridade da noite
lugar secretíssimo que ninguém descobre
e onde só nós estamos.
Que sei eu dizer-te, que já não saibas ou penses
- mesmo que o meu sorriso se ilumine de sombras –
se só tu decifras a lonjura da terra e o rebordo do mar?
Que sei eu provar-te que não me tivesses dito
se não esta natureza que se criou em-mim
mas que veio de ti, sem que jamais o soubesses?!
José Manuel Capêlo
2 comentários:
Gostei de ler este poema lindissímo do José Manuel Capêlo no seu blog.
É bom reencontrar pessoas. Gostei de a reencontrar neste seu espaço que está muito bonito como não podia deixar de estar.
Emília Matos e Silva
Emília, os reencontros são sempre felizes e, como é o caso, são também oportunidade de descoberta. Fui visitar o seu blogue e gostei muito. Concerteza vai regressar, não é verdade?
Espero que nos possamos encontrar pessoalmente, em breve.
Quanto ao poema do José Manuel Capêlo, estamos completamente de acordo. Ele é um grande poeta.
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