Na fronteira entre Portugal e Espanha muitas povoações tiveram a sua origem na necessidade de defesa dos respectivos territórios. Na Idade Média essas povoações localizavam-se geralmente em sítios elevados, o que facilitava a função para a qual tinham sido criadas. Mas com o advento das armas de fogo, nem todas estavam em condições de continuar a ter a mesma importância. As cidades e vilas alcandoradas, situadas em áreas que não permitiam a deslocação fácil das novas máquinas de guerra, permaneceram com as estruturas medievais, com os seus castelos e muralhas característicos (os que resistiram ao tempo e à incúria). Tiveram outra sorte as cidades e vilas situadas em corredores de passagem mais fácil. Em Portugal há muitos exemplos. Cito apenas Almeida, na Beira e Elvas, no Alentejo. Estas continuaram a ter a função de defesa do território, mantendo-se como praças-fortes até ao século XIX. Cresceram para lá das defesas medievais e foram cercadas por muralhas mais recentes, construídas no século XVII, após a Restauração.
Algumas destas vilas ou cidades viram a sua população crescer, mas os constrangimentos provocados pela insegurança e o facto de estarem limitadas por uma barreira física que não podia ser ultrapassada - as muralhas -, levou a que a sua estrutura interna se fosse tornando cada vez mais complexa. Como não era possível construir casas fora das muralhas, as existentes foram crescendo em altura e os espaços vagos, como os quintais, sucessivamente ocupados com novas construções. Provavelmente, a necessidade de manter espaços de acesso ao ar livre, transformou algumas coberturas em terraços.
Algumas destas vilas ou cidades viram a sua população crescer, mas os constrangimentos provocados pela insegurança e o facto de estarem limitadas por uma barreira física que não podia ser ultrapassada - as muralhas -, levou a que a sua estrutura interna se fosse tornando cada vez mais complexa. Como não era possível construir casas fora das muralhas, as existentes foram crescendo em altura e os espaços vagos, como os quintais, sucessivamente ocupados com novas construções. Provavelmente, a necessidade de manter espaços de acesso ao ar livre, transformou algumas coberturas em terraços.
Foto: vista geral de Campo Maior. É um bom exemplo da forte densidade da construção urbana e de casas que cresceram em altura. Até a volumosa Igreja Matriz abre para uma estreita rua.
2 comentários:
A foto está boa.
Olá Júlia
a explicação do crescimento em altura das habitações e da densidade das mesmas, tem lógica, devido ao espartilho das muralhas... Campo Maior é muito bonita e a foto testemunha-o.
Beijo
Carlos Rebola
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