Alegres campos, verdes arvoredos,
Claras e frescas águas de cristal,
Que em vós debuxais ao natural,
Discorrendo da altura dos rochedos;
Silvestres montes, ásperos penedos,
Compostos em concerto desigual:
Sabei que sem licença de meu mal,
Já não podeis fazer meus dedos ledos.
E, pois me já não vedes como vistes,
Não me alegram verduras deleitosas
Nem águas que correndo alegres vêm.
Semearei em vós lembranças tristes,
Regando-vos com lágrimas saudosas,
E nascerão saudades de meu bem
.
Luís de Camões
1 comentário:
Olá Júlia
O sempre eterno Camões, nas suas lindas estrofres evocando a natureza na beleza que desfrutamos.
Bom Domingo
Beijos
Carlos
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