Gambozino é uma animal imaginário.
Andar aos gambozinos, significa andar à toa, vaguear, vadiar, vagabundear.
É isto que eu prendendo: vaguear por vários assuntos, vários lugares, ao correr da imaginação e da disposição.

domingo, 30 de março de 2008

A Montanha do Sul

A Serra de S. Mamede é o relevo mais alto do Sul de Portugal, atingindo os 1027 metros de altitude. Eleva-se acima da peneplanície alentejana que, nesta região, está a uma altitude entre os 300 e os 400 metros.
Quando se viaja pela serra, de sul para norte, encontra-se primeiro um relevo constituído por elevações de perfil arredondado, comuns nas áreas onde predominam os xistos. As elevações enquadram áreas relativamente planas, onde se desenvolve ainda alguma actividade agrícola e pecuária. À medida que se caminha para norte, a paisagem vai-se modificando, surgindo um relevo mais vigoroso com as elevações encimadas por afloramentos de granito. É na parte ocidental da serra que se podem ver melhor os testemunhos das formidáveis forças tectónicas que lhe deram origem: as escarpas de falha que separam os patamares em que a serra se desenvolve.
Na visita a parte da serra, tínhamos como objectivo visitar Alegrete, antiga vila alcandorada no cimo de um monte escarpado. O resto da viagem não estava definido, seria feito ao sabor do improviso.
Um dos aspectos que mais chama a atenção é a quantidade de casas que vão pontuando a paisagem. No entanto, nada têm a ver com as antigas casas rurais que ainda teimam em persistir na região. Trata-se de vivendas, algumas das quais de grandes dimensões, mais ao gosto das pessoas das cidades. Encontram-se quer nas pequenas aldeias, quer dispersas pelo campo.

A Serra de S. Mamede, no caminho para o Reguengo


Do ponto de vista físico, as paisagens são muito variadas. A seguir ao Reguengo, a descida para o vale da Ribeira de Nisa é impressionante. Trata-se de um vale muito encaixado e com grande desnível, correndo no fundo a ribeira que, aqui, é ainda um pequeno fio de água.

Nesta altura do ano a serra está ainda coberta de verde. Nos montados de sobreiro e de azinheira e nos limites da estrada, as estevas estão cobertas de bonitas e efémeras flores, e as giestas vestem-se de amarelo. Os mais de 20º de temperatura parecem já querer anunciar o verão e no ar paira um cheiro forte à resina que as estevas segregam.

Flores da esteva (Cistus ladaniferus L.)

2 comentários:

Anónimo disse...

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Ana disse...

Muito interessante J�lia!
Andei outro dia a fotografar umas flores e curiosamente fizemos o mesmo 'flash'...
Confesso que a minha n�o ficou t�o nitida...
Por curiosidade, Cistus foi o nome escolhido duma associa�o de Jovens do Tramagal e a flor de esteva o seu simbolo:)
Um abra�o!