Estão a chegar, com o Verão, os dias mais quentes do ano. Todos temos a experiência de que, num espaço relativamente pequeno, enquanto há sítios onde há muito calor, noutros há muito menos. A explicação para este facto reside no modo como se processa o aquecimento da atmosfera: a energia luminosa do Sol ao incidir na Terra vai ser em parte reflectida; outra parte é absorvida pela atmosfera; outra é absorvida pelo solo.
No caso da atmosfera, é tanto maior a absorção, quanto maior for a quantidade de vapor de água, de dióxido de carbono e de azoto. No que respeita ao solo, a energia absorvida é depois libertada para a atmosfera sob a forma de calor. Quanto mais gases de estufa (vapor de água e dióxido de carbono) e partículas existirem nas baixas camadas da atmosfera maior é a quantidade de calor que fica retido.
Porém, o solo não aquece todo da mesma maneira. Num solo coberto de floresta, a temperatura do ar é sempre mais baixa porque, embora absorva muita energia solar, esta é utilizada para as reacções biológicas e para a evaporação. Já no caso das cidades e outras povoações, a absorção é feita não apenas pelas superfícies horizontais, mas também pelas paredes exteriores das casas e esse calor é transmitido à atmosfera. Por isso, nas povoações a temperatura é mais elevada que no campo.
Há outros factores que tornam as vilas e cidades muito quentes no Verão, como é o caso do trânsito automóvel: os automóveis libertam gases de estufa e partículas que aumentam a capacidade do ar reter o calor; além disso, os motores contribuem também para o aquecimento.
Para contrariar este fenómeno, torna-se fundamental criar áreas verdes, densamente arborizadas que funcionem como máquinas que absorvem o dióxido de carbono e libertam oxigénio, além de provocarem uma diminuição da temperatura.
Por estas razões, não se entende como as pessoas responsáveis optam por radicais cortes de árvores ou por sistemas de poda que reduzem considerávelmente a área arborizada. Não se entende também que, certos técnicos encarregados da organização de espaços verdes, como os jardins públicos e os parques, planeiam a impermeabilização de vastas áreas, reduzindo assim o espaço destinado à vegetação, contribuindo, com isso, para um aumento da temperatura.
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