Gambozino é uma animal imaginário.
Andar aos gambozinos, significa andar à toa, vaguear, vadiar, vagabundear.
É isto que eu prendendo: vaguear por vários assuntos, vários lugares, ao correr da imaginação e da disposição.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mês de Orlando Ribeiro

Flor da Rosa, concelho do Crato.
"A casa do Sul caracteriza-se tanto pela forma mais simples como pela função mais especializada: construção de um só piso, destinada apenas a habitação. No litoral da Beira e no vale baixo do Mondego, por oeste, nos plainos de Castelo Branco e do Alto Alentejo, por leste, a transição faz-se por uma casa ainda de andar, mas com escada interior de madeira, que já não resguarda gados, feno ou palha. Logo no Sul do Tejo, do lado da raia, no Norte da Estremadura, do lado do mar, já o tipo meridional é dominante.
Se a forma geral da casa é mais simples, são mais complexos e perfeitos os dispositivos destinados a assegurar a função exclusiva de habitação. O exterior mostra as paredes rebocadas e caiadas, às vezes ornadas de barras de cores vivas; aberturas frequentes também nas traseiras, embora faltem nas fachadas laterais; um poial de pedra, à entrada da porta, convida ao descanso pela fresca da tarde. Nem em construções secundárias se usa outra cobertura que não seja a telha. O telhado de quatro águas não é raro. Nos edifícios de taipa, as paredes são às vezes reforçadas por contrafortes salientes de pedra. Dentro, a cal branqueia também paredes e tabiques iluminados pela claridade que as vidraças deixam passar; o chão é de terra batida ou, mais geralmente, de ladrilho, de sobrado, calcetado com pedrinhas ou coberto de lajes. Um ripado de madeira, esteiras ou até um tecto de pranchas, isolam interiormente o telhado. A chaminé escoa o fumo, que já se não derrama pela casa, enegrecendo-a: nas noites frias de Inverno a família junta-se e come à lareira, em cadeiras baixas graciosamente ornamentadas de cores vivas."

Orlando Ribeiro (1986). Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico. 4ª ed. Lisboa: Livraria Sá da Costa. pp.93-94.

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