Gambozino é uma animal imaginário.
Andar aos gambozinos, significa andar à toa, vaguear, vadiar, vagabundear.
É isto que eu prendendo: vaguear por vários assuntos, vários lugares, ao correr da imaginação e da disposição.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Caminhar sem fim ou a cantiga da roda



Na altura em que os programas de M. Giacometti foram transmitidos pela RTP 1, assisti a grande parte deles. No entanto, houve um episódio que me ficou na memória: a de uma mulher velha que entoava uma canção enquanto realizava o penoso trabalho de fazer mover a roda que elevava a água da ribeira para abastecer os canais de rega. O cansaço dela era contagioso na sua caminhada sem fim. A cantiga, servindo para, de certo modo, aligeirar a dureza da tarefa, acentuava ainda mais o esforço enorme que era necessário para a realizar.
São imagens de um tempo que, felizmente, pertence ao passado. Mas que não devemos esquecer, nem que seja para valorizar o que hoje temos.

2 comentários:

Rafael Carvalho disse...

Não conhecia este género de engenho!
Na minha região de origem - Aveiro, quando miúdo ainda vi muitas "noras" accionadas por vacas.
Cumprimentos.

Júlia Galego disse...

Rafael,
Nalgumas localidades da região de Portalegre as noras eram movidas por burros ou mulas.
Curiosamente, encontrei algumas fotos de sistemas de elevação da água no Oriente que são exactamente iguais à retratada no vídeo. Utilizei-as nas aulas (não me recordo se estavam incluídas nos manuais)e lembrava-me sempre da imagem da velha mulher a mover a roda, estabelecendo, com os meus alunos, uma relação de coincidência entre duas regiões do mundo tão distantes.
Cumprimentos