Gambozino é uma animal imaginário.
Andar aos gambozinos, significa andar à toa, vaguear, vadiar, vagabundear.
É isto que eu prendendo: vaguear por vários assuntos, vários lugares, ao correr da imaginação e da disposição.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A poda das árvores

Na edição do jornal Linhas de Elvas do passado dia 2 de Abril, a página 12 é toda ocupada com uma entrevista a Luís Trindade, gestor de espaços verdes, sobre o tema “a poda das árvores”.
Respondendo às perguntas do jornalista, começa por explicitar o tipo de podas que se fazem nas árvores, quer nas produtivas, quer nas ornamentais. Neste último caso, a copa das árvores deverá ficar “com a forma mais natural possível, na maioria dos casos arredondada com ramos internos e externos para provocar ensombramento ou para dela obter a maior e mais vigorosa quantidade de flores.
A poda de manutenção ou arejamento serve exclusivamente para retirar ramos cruzados, secos, mal formados ou com doença irrecuperável. Em árvores de arruamento esta poda pode e deve ser anual ou bianual, qualquer ramo morto, fraco ou mal formado é necessariamente uma porta de entrada de microrganismos que na maior parte dos casos causa doença nas árvores.
A poda de rejuvenescimento obtém-se recortando de forma mais drástica a copa da árvore. Efectua-se quando ela já não consegue fazer circular seiva em toda a extensão da sua copa, principalmente nos ramos mais altos. É comum em árvores velhas e/ou doentes. Se os cortes efectuados atingirem ramos de diâmetro superior a 1,5-2cm, é extraordinariamente importante aplica uma pasta cicatrizante, para que desta forma se fechem as portas de entrada de organismos patológicos. Em 80% dos casos as podas mal efectuadas ou não cicatrizadas conduzem à entrada destes agentes e ao aparecimento de tumores, doenças e até mesmo morte das árvores.”
Faz depois uma apreciação do que está a ser feito no concelho de Elvas que não é muito diferente do que se pode observar em outros concelhos, para concluir que as podas nada têm a ver com a manutenção das árvores e, muitas delas, apresentam já pontos tão fracos, em consequência de podas mal feitas, que os troncos doentes não vão poder suportar o peso dos ramos que vierem a desenvolver-se.
O texto é acompanhado de fotos elucidativas do “trabalho” que é feito pelos serviços da autarquia: árvores deformadas, atrasadas no desenvolvimento dos ramos e de flores em relação às que não sofreram este tipo de tratamento.


A questão que se põe é: se há técnicos especializados no tratamento e manutenção das árvores do espaço público, porque motivo as câmaras continuam na prática altamente lesiva de um património que é dos munícipes e que custa bastante dinheiro?
Numa primeira análise até podemos imaginar que é por desconhecimento. Mas, com tantos alertas dos técnicos especialistas, ninguém pode invocar que é por ignorância. Qual será então a razão?

Foto: Portalegre, 16 de Abril de 2009. É evidente o contraste entre os plátanos que se encontram em 1º plano, troncos despidos e disformes, e o grande plátano, árvore classificada, todo coberto de folhas.

2 comentários:

João disse...

Realmente é muito triste ver estes disparates.

A ignorância dos responsáveis políticos não tem limites e que sofre são as árvores.

Vale a pena continuar a denunciar, qualquer dia vão ter vergonha na cara.

Anónimo disse...

Este ano deram ouvido ao funcionários/técnicos sábios, e a poda não foi exercida como anos anteriores. :D
Mas são inúmeras as queixas da população, ou porque largam folhas e sujam os quintais, porque os passarinhos fazem muito "barulho", ou mesmo porque as ramas tapam a parabólica da varanda...