Gambozino é uma animal imaginário.
Andar aos gambozinos, significa andar à toa, vaguear, vadiar, vagabundear.
É isto que eu prendendo: vaguear por vários assuntos, vários lugares, ao correr da imaginação e da disposição.

sábado, 15 de março de 2008

Fim de semana em Salamanca

Num destes fins de semana de final de Fevereiro estive em Salamanca. Pela primeira vez, integrei-me num grupo da Associación Cultural Extremeño-Alentejana para realizar esta viagem. Claro que eram mais os participantes espanhóis do que os portugueses. Foi uma experiência interessante de uma comunicação sem problemas feita em duas línguas diferentes.
Saímos de Badajoz numa manhã escura e chuvosa. Rumo ao Norte, fomos passando por paisagens diversificadas. Primeiro, as planuras da Meseta Sul e as serras não muito elevadas que se erguem antes e depois de entrarmos na província de Cáceres. Atravessamos os Llanos de Cáceres, vasto, agreste e inóspito planalto, interrompido pela Sierra de Fuentes. Atravessámos o Tejo e subimos a Sierra de Béjar, a qual está integrada no prolongamento para Leste da Cordilheira Central, sistema a que pertence a Serra da Estrela.
A entrada na parte norte da Meseta Ibérica mostrou uma organização da paisagem bastante diferente, com evidentes marcas da acção humana. Os campos aparecem demarcados por muros de pedra, mesmo quando não há sinais de que a actividade agrícola continue a ser praticada.
A chegada à cidade é anunciada pelas torres das igrejas. Confesso que fico sempre muito perplexa com a visão das cidades do Norte. Mais habituada à brancura e claridade ofuscante das cidades do Sul, os tons escuros causam-me alguma estranheza. Salamanca, é uma cidade ocre. Foi preciso ultrapassar a primeira impressão para me aperceber da beleza e grandiosidade da cidade antiga. Porque a novas urbanizações são iguais às que se encontram noutras cidades, sem grandes motivos de interesse.

Plaza Mayor na manhã de domingo

A recordação mais forte que guardo da cidade é a do papel desempenhado pela Plaza Mayor. Pude observá-la na manhã de domingo, completamente deserta, mas, à medida que o tempo avançava, começar a encher-se de gente.
Já antes, ao fim da tarde de sábado, terminada a jornada de trabalho, as ruas ficaram cheias de gente que se deslocava como uma corrente de um rio, confluindo em direcção à praça. À noite, as esplanadas e o resto da praça são tomados pela população.
Plaza Mayor no fim da manhã de domingo

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