Gambozino é uma animal imaginário.
Andar aos gambozinos, significa andar à toa, vaguear, vadiar, vagabundear.
É isto que eu prendendo: vaguear por vários assuntos, vários lugares, ao correr da imaginação e da disposição.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Feira de S. Mateus, Elvas

Começou ontem a feira de S. Mateus e a romaria do Senhor Jesus da Piedade, em Elvas. Esta feira e a romaria são acontecimentos muito antigos e consituíam o ponto de encontro de muita gente do Alto Alentejo que aqui se dirigia quer para comprar os artigos que se encontram numa grande feira, quer para conviver e divertir-se.
É um acontecimento cuja data se inscreve nas festas equinociais dos povos que, na Antiguidade, celebravam os grandes momentos do movimento anual aparente do Sol: os equinócios e os solstícios. As festas cristãs aproveitaram essas datas festivas, já enraizadas na cultura pagã dos povos, para realizarem a homenagem aos seus santos.
Pela consulta do programa, soube que hoje haveria um desfile de carros de Vila Boim, recriando a deslocação que os habitantes desta povoação faziam para assistirem às festas, na semana em que estas decorriam.

Era assim que muita gente se deslocava para Elvas para assistir aos festejos. Os carros de canudo serviam de transporte e de alojamento dos romeiros que, durante os dias da festa, permaneciam nas proximidades do santuário do Senhor Jesus da Piedade. O canudo era uma estrutura de canas armadas sobre arcos de ferro e com uma cobertura que, nestes casos, era decorada. Os carros eram puxados por um ou dois animais, estes últimos de maiores dimensões.

Atrás iam os objectos que não cabiam dentro do carro: cadeiras, bilhas, cestos e um molho de lenha.

Integrava o cortejo um grupo de homens que tocavam e cantavam as "saias". Ao contrário do que acontece em Campo Maior, onde as "saias" são cantadas sobretudo por grupos onde predominam as mulheres, estes homens de Vila Boim cantavam esta moda alentejana, mas, curiosamente, com os mesmas quadras que são cantadas em Campo Maior.
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O Senhor da Piedade,
Tem vinte e quatro janelas;
Quem me dera ser pombinha,
Para pousar numa delas.
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Camponesa, camponesa,
Eu sou de Campo Maior;
Tenho a minha fala presa,
Não posso cantar melhor.

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